quinta-feira, 16 de maio de 2013

Será?

Há quem diga que a vida é uma grande roda gigante, outros que dizem que é uma montanha russa e ainda outros que a comparam com um rio tortuoso que sulca seu caminho pela terra e as pelas pedras a sua frente. Mas de todas as metáforas sobre a vida, a que mais me agrada é a ideia de que a vida é um mar, com suas ondas, tempestades, brisas e calmarias; com seus encontros com os rios, e seus desencontros naquela imensidão azul. E não importa se a vida é uma mar, estrada, rio, roda gigante ou montanha-russa, sempre haverá uma máxima que todo ser humano passa, passou ou passará: altos e baixos. Enquanto você amadurece, você percebe que no fim das contas a vida não é uma mar de rosas (ou talvez até seja, mas não nos esqueçamos de que rosas tem espinhos).

Às vezes me pergunto se nascêssemos com um manual de como viver a vida, se seríamos felizes? Seguiríamos o que nos escreveram, ou seríamos rebeldes e burlaríamos o sistema, as leis, as regras? Ou melhor, será que se soubéssemos o que poderia nos acontecer no futuro e qual o tempo exato que estaríamos aqui na terra, neste plano, nós tomaríamos as decisões certas? Aprenderíamos a deixar partir aquilo que não nos pertence por mais doloroso que seja? Deixaríamos de amar as pessoas erradas e voltaríamos nossos olhos aqueles que realmente nutrem um sentimento verdadeiro por nós? Saberíamos treinar nossos olhos e nossas ações para enxergar e viver uma vida mais equilibrada e feliz? Ou será que o desequilíbrio é a chave secreta? Será? Será?.......rs

São tantas perguntas. São tantos "se". Ao mesmo tempo, penso que se a gente não tem as respostas, adianta a gente tentar encontrar as probabilidades e as consequências de cada ato que não fizemos? Será então que seria mais fácil se fosse tudo pré-determinado e não tivéssemos escolha? Acho que não. Porque apesar de todas as dificuldades (as famosas "tempestades e ondas" as quais me referi no início do texto), ainda prefiro ser livre, para errar e aprender a acertar; amadurecer com o tempo e ter esperança de que coisas melhores nos aguardam. 

Há de ter coisas maravilhosas nos esperando, acho só que nos falta a coragem para nos deixar levar. Nem sempre é inteligente nadar, às vezes nadar contra a corrente é cansativo, e talvez por um tempo, um breve momento, seja imprescindível aprender a boiar e se deixar levar na onda, nem que seja para recuperar o fôlego para voltar a lutar outra vez.

Bárbara Pena

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Soneto da Espera


Quem me dera que nossos olhares se encontrassem,
Que as bocas murmurassem palavras comuns,
Que as almas encontrassem o repouso que esperam os viventes,
E em paz adormecessem todos os medos do meu coração

Quem me dera poder pedir para te ver perto de mim,
Pedir que a distância não mais faça barreiras ao que sentimos,
Que realmente pudéssemos ter certeza que o que vivemos é amor,
E que todos os devaneios da minha mente estivessem errados

Quem me dera que você ao menos reparasse que faz falta ao meu viver,
Que desejo ansiosamente que nos encontremos,
Que a espera findou-se e enfim podemos viver o que o destino nos reservou

Quem me dera contemplar seu rosto, sussurrar ao seu ouvido,
Todas as palavras aqui não ditas mas ainda sim descritas nas entrelinhas
E enfim sossegar minha alma com um sorriso seu

Bárbara Pena



segunda-feira, 25 de março de 2013

AUSÊNCIA

A gente se conhece, se encontra e se perde
Por tantas ruas deste mundo
Esquecemos das nossas faces
Nos sentimos sós

Mas quem diria que a vida levaria esse rumo
Quem diria que tu carregarias um pedaço meu
Quem diria que a ausência fosse se tornar tão presente
Encarnada pela saudade que sinto de nós

Nós como éramos, pensávamos que ficaríamos juntos
Mas "o para sempre" morreu na rotina dos dias
E aos poucos a distância nos afastou

Perdidos, continuamos a vagar
A procura de outros que completem o que está nos faltando
Nos enganando, dizendo que o tempo passou e que tudo no passado deve ficar

Bárbara Pena


terça-feira, 15 de janeiro de 2013

CAIXA DE PANDORA

É sempre um novo final e um novo começo! Ou será que teimamos em continuar repetindo sempre as mesmas ladainhas, sempre falando que é diferente quando na verdade dentro da gente continua tudo igual? Cada dia o tempo passa, anda, corre, e se vão momentos preciosos da vida que construímos e a vivência de pessoas que hoje são importantes para nós, mas amanhã, bem.......se perdem nas curvas da estrada que percorremos. Tudo é passageiro, mas ao mesmo tempo é eterno enquanto dura, como dizia o poeta. Tudo passa, mas quase nada se esquece. Porque a saudade está ali para nos lembrar a todo momento, que "o tempo não para".

No entanto, ao invés de fazer a vida e o tempo aliados, os tomamos como oponentes de batalha. O ser humano ainda mantém firme a mania de querer lutar contra o tempo, de guerrear contra o mundo esquecendo que eles são adversários mais fortes e sábios. Não precisamos transformar a vida em um drama para dizer que a vivemos intensamente, mas mesmo assim teimamos novamente em dificultar e complicar coisas simples. E desse jeito esquecemos também onde está a felicidade. É como se a tivéssemos guardado em uma gaveta qualquer sem muito cuidado. Alguns durante a vida a encontram, outros não. Mas afinal, onde está a felicidade? Bem, a resposta dessa pergunta também é simples: dentro de nós mesmos. Mas talvez, porque seja tão simples, e nós tão complexos que não a conseguimos encontrá-la tão facilmente.

É...a vida é uma caixa de pandora repleta de surpresas, boas e ruins, só falta para a humanidade buscar a luz da serenidade, e aliar-se a sabedoria do tempo, para descomplicar o complexo, simplificar o complicado e assim encontrar no fundo da caixa não só a esperança de mudança e dias melhores, mas a felicidade que reside neles.

Bem-Vindo 2013!

Bárbara Pena

quinta-feira, 7 de junho de 2012



De alguma forma,
Ficou preso em mim um pedaço seu,
Que o tempo arrancou,
Mas que a saudade insiste em não deixar apagar

De algum jeito,
A vida perdeu o rumo,
Os sonhos se despedaçaram,
O horizonte perdeu o brilho

De alguma maneira,
Já não reconheço a imagem no espelho,
E perdida, tento inconscientemente te encontrar,
Em outros olhares, entre outros cheiros

De algum modo,
Eu já não sou nem metade do que eu era,
E por sofrer por tanto tempo calada
Me acostumei a solidão das palavras

Mas apesar de tudo
De alguma forma,
Tenho esta certeza dentro de mim
Que vou me reencontrar

Em alguma esquina qualquer,
Num dia ocioso,
Em que meus pensamentos encontrarão o caminho de volta,
Enfim serei feliz de novo!

Bárbara Pena, 2012

domingo, 1 de abril de 2012

Plataforma

As coisas passam de uma maneira tão fulgaz que quando realmente paramos para observar sentimos que elas nunca nos perteceram. Essa sensação de que o tempo passa tão rápido e que é ao mesmo tempo longo e curto para fazer tudo o que queremos fazer. A vida às vezes parece que escapa pelos dedos e se esvai num oceano de lembranças. Todo o passado parece que foi irreal e o presente não parece trazer tantas esperanças como trazia a alguns anos atrás.

Quando foi que tudo mudou? Às vezes me pergunto isso, e fico pensando em como o tempo é relativo, como certas pessoas vem, transformam sua vida, remexem seu cotidiano e depois sem mais nem menos apertam o passo ou desaceleram e vão desaparecendo lentamente no caminho até num ponto que você já não sabe mais como tudo aquilo acabou. Amizades, amor, trabalho, experiências alegres e dificeís, tudo tão transitório, tão passageiro.

Eu sempro lembro da música "Todos os dias é um vai e vem, a vida se repete na estação, tem gente que chega pra ficar, tem chega que vai pra nunca mais, tem gente que vem e quer voltar, tem gente que vai e quer ficar, tem gente que veio só olhar, tem gente a sorrir e a chorar, e assim chegar e partir só são dois lados da mesma viagem, o trem que chega é o mesmo trem da partida, a hora do encontro é também despedida, a plataforma desta estação é a vida desse meu lugar!" e imagino que estamos todos caminhando para uma mesma direção, a diferença é que cada um enxerga o caminho de uma maneira diferente, cada um passa pela vida de uma forma diferente. Mas no fim, no íntino somos todos iguais, com mesmos medos e desejos, uns com mais outros com menos, mas os mesmos.

O grande desafio seria então se arriscar, apostar todas as fichas e ver no que vai dar e futuramente colher as consequencias disso tudo. Pelo menos é melhor passar pela vida e dizer que teve ótimos momentos e histórias para contar de encontros, amores, decisões, desilusões, alegrias e tristezas, do que chegar no fim da caminhada e não ter nada para falar ou ninguém para ouvir.

by Bárbara Pena

quarta-feira, 28 de março de 2012

Devaneio de um Despertar



Seria o destino o caminho certo,
Uma reta consequente ou uma curva peralta?
Uma dúvida recorrente
Insistente que martela a mente:
Ir ou não ir, eis a questão!

Nas dúvidas persistentes, e na insônia diária
O calor que escapa pelas frestas da janela
E o frio da rua que invade o quarto
E os pensamentos que giram aleatórios
A respiração lenta na escuridão da noite

Pois então, seria o destino tão irônico?
Largar-me a penúria dos destroços de um coração arredio
E no penar e pesar sob um pesado julgo
De um mundo paralelo e solitário
Entregue ao governo de sonhos irreais?

Na gélida  brisa de mais uma madrugada
Uma bruma pesada traz a realidade
Que sorrateira transforma a noite em dia
O alarme que desperta a consciência que suspira
Era apenas mais um sonho que se acabou!

By Bárbara Pena