Esses dias estava passeando pelas ruas da cidade e comecei a observar como as pessoas são diferentes e ao mesmo tempo tão parecidas. Andam de um lado para o outro e mal se enxergam, mal se importam com a pessoa que passa do seu lado numa rua movimentada (se você pensou em São Paulo ou em grandes cidades, posso falar que isso acontecem não só nas grandes métrópoles).

Cada um pensando em seus problemas, divagando suas idéias, imaginando como vai chegar em casa a tempo, ou se vai encontrar quem deseja encontrar, ou se o dinheiro vai dar até o fim do mês. Enfim milhares de ilhas humanas vivendo solitariamente em seu canto, em seu mundinho.

É, no entanto, bem engraçado como tudo isso muda em milésimo de segundo, se por um acaso alguém dá um "encontrão" com você, ou ainda faz alguma coisa que chame sua atenção. Se você estiver irritado, você vira e fala alguma coisa que não devia falar, ou se estiver de bem com a vida, dá um sorriso bobo e continua seu caminho como se nada tivesse acontecido. Você dificilmente leva aquilo que você viu para casa! Por que se levasse, te afetaria demais as notícias de violência ou os absurdos que passam nos jornais todos os dias! As pessoas não se acomodariam e não passariam achar que certas coisa são normais.

O ser humano é mesmo intrigante. Como podemos passar por milhões de pessoas todos os dias e elas simplesmente não fazerem parte da nossa vida? Como desenvolvemos essa capacidade de dar valor e atenção apenas àqueles que cruzam e marcam nosso caminho de um jeito bom ou ruim? Ou vai dizer, que você nunca pensou, como certas pessoas que um dia a gente nunca pensou em conhecer, mas já havia visto de longe, são apresentadas por alguém a você e aí você pensa, "Nossa, nunca imaginei te conhecer!" ou coisas do tipo "Eu já não te vi antes?" ou "Conheço ele/ela de algum lugar!".

É impressionante, como essa indiferença alheia não passa pela cabeça de muita gente. Às vezes a sociedade se preocupa tanto em resolver problemas grandes, que não percebem que pequenas coisas podem ser a solução. Você já reparou que quando as pessoas estão sozinhas na rua como elas geralmente andam de cabeça baixa, como se estivessem carregando o mundo nas costas? Elas não olham para o horizonte (são poucos os que fazem isso, quando estão sozinhos), não cruzam os seus olhares com os das outras pessoas, o que resulta em uma frieza de atos, numa carência generalizada.

A humanidade está carente! Está carente de atenção, de brilho nos olhos, de um sorriso qualquer, de um simples bom dia quando passam por você (e como isso pode mudar tudo). É como um conto que um dia eu li e que fala sobre como um sorriso, pode sem querer modificar a vida de uma pessoa, sem nenhuma das duas perceberem esta mudança.

A vida precisa de mais leveza! Já pensou em fazer isso? Quando sair na rua, olhar as pessoas no olhos, não como se as tivessem encarando, mas como tentando compreender que ela também tem problemas, anseios, desejos e sonhos bem parecidos com os seus! Tentar desvendar um pouco dessas ilhas e criar pontes para fazer com que se comuniquem, que compartilhem a vida. Sem pretensões de mudar o mundo hoje, mas com o anseio de modificá-lo a cada dia nas nossas pequenas atitudes! Somos ao mesmo tempo, tão diferentes e tão iguais! E isso é o que é mais fantástico: a diversidade! Tolo é pensar que estamos sozinhos, que os nossos problemas são os maiores que de todos os outros! Sempre vai haver alguém que possa te surpreender com uma história, com um sorriso, ou apenas com aquele olhar risonho de quem está amando! A vida é simples, é a gente que tem que parar de complicá-la e de ver empecilhos aonde não existe nada além de oportunidades de novos conhecimentos!

Boas Reflexões!

(A imagem acima foi encontrada na internet, sem menções ao autor)